segunda-feira, 19 de julho de 2010

Das minhas vontades

Quero comer algo que não sei o nome
e conhecer um país ao qual
sei que em outra vida fui rei
Quero ficar na cama em dia de chuva
esquecer do trabalho e dos livros
e me entregar ao ócio criativo
Quero pegar o trem chamado tempo
que logo vai passar
Quero gritar, matar o silêncio matutino
correr sem a preocupação do destino
e beber os vinhos, os saquês e as vodkas
e não esquecer das coisas que falei e cantei
Quero receber carinho, conhecer um abraço
dar razão à minha saudade
que não para de crescer...
Quero gastar palavras fúteis no papel
e jogar a rima rara aos seus ouvidos
no íntimo do seu quarto
no seu colchão que fica no chão
e ter seu perfume em minhas veias
Quero ser seu alto e seu baixo
e ser um jazz improvisado
e ser um gato e ganhar as estrelas da sua noite
Não quero mais vontades
Quero a realidade.

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