domingo, 28 de abril de 2019

Sobre hiatos, tempo e solidão

Quantos dias e quantos passos medem a distância entre nós?
Seguimos sem esquecer, porém, nos perdendo em cada encontro e acreditando que seria sempre a última vez, a última palavra e o último som. Nunca foi, a batida dentro do peito se mantem constante, aquela percussão inebriante, inquietante, que me faz tentar outra vez.
O tempo sem obstáculos diz que seria perda dele mesmo negar o óbvio e arriscar mais, arriscar de verdade, no entanto a maior luta é contra o seu conceito de aproveitamento útil, e a solidão vem pra dilacerar qualquer concepção mensurável do que não deveria ser: o amor.
Eu lido com a ausência porque sem ela não entenderia a saudade no seu mais profundo e miríade significado. Sou e serei aquela que viveu a plenitude da própria alma, pois, quando no vazio me encontrei, me vi completa no infinito de mim mesma e assim, te aceito como parte do todo que neguei. Ao contar deste caminho, serei sim, sempre.