Onze: eu te
chamei para um café a qualquer dia
Podia até dar
certo, pois, o não, esse eu já tinha
Embora, porém,
contudo, entretanto, todavia
Na nossa
história mais um ponto e vírgula surgia
Dez: Você tentou,
me procurou, me disse vem
Pretérito
imperfeito subjuntivo, coração aquém
Perdida, do
contra, confusa, aquariana...você sabe bem
Eu sei que o
disco do Dylan custou muito mais de cem
Nove: Não vou
mais contar assim, foi ruim
Conversa
telepática, enigmática, simbolismos sem fim
Tudo aquilo
que eu sonhava murmurava solidão em mim
Você sim, eu
não, eu sim, cê não, eu não e você sim
Oito, sete,
seis, eu sei, foi muito mais
São vidas,
universos paralelos, amores, dores, quais
São os
endereços dos abraços, passos e portais
Cinco, quatro,
Rosas, Joaquins, Josés, Getúlios e Moraes
São tantos
brilhos únicos, preciosos, eternos imortais.
Três: Foram
duas trilhas, sinuosas, úmidas, coloridas
Todo branco
refletia as lágrimas caídas, o adeus, a vida
Hiato oblíquo
silenciou meu bem querer, deixou ferida
Ardeu,
queimou, passou, abriu, senti, pulsou sozinha
Dois: O nosso
mar foi mais que o mar, foi sol, luar
Se era França
ou Minas, eu amava, cada olhar
Das notas,
compassos, curvas na candência do meu cantar
Você tocou
todas as estradas do meu corpo sem falhar
Um: saí de
casa ansiosa, pensativa
Estação
consolação, contradição, te encontraria
Subiu as
escadas, um sorriso, esperança, minhas mãos frias
O nosso
primeiro beijo a testemunha quem diria,
Seria a
Augusta, no passo Zero da esquina.
19.04.19